26 novembro 2005

Alimentação Saudável Envenenada?

De acordo com recente (10/10/2005) notícia do Portal da Saúde do Governo Federal, "Até 260 mil mortes anuais poderiam ser evitadas com uma dieta equilibrada, é o que revela o "Guia Alimentar para a População Brasileira" que será lançado na semana Mundial de Alimentação (16 a 22 de outubro), pelo Ministério da Saúde. A publicação contém as primeiras diretrizes alimentares oficiais do Brasil. As deficiências nutricionais e as doenças infecciosas são problemas tratados como prioridades de saúde pública no país. As mortes são referentes a doenças crônicas, como diabetes e hipertensão."

Ao mesmo tempo, um jornal de circulação estadual no Paraná/BR (O Estado do Paraná) publicou uma reportagem em 11/10/2005 com o título "Agrotóxicos põem consumidor em risco" (link com acesso livre) que dizia:

"Mais da metade dos alimentos in natura disponíveis nos supermercados contém resíduos de agrotóxicos. Esse foi o resultado da análise feita pelo
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira, durante o Seminário Nacional de Agrotóxicos, Saúde e Ambiente, em Recife (PE). Os produtos analisados foram alface, banana, batata, cenoura, laranja, maçã, mamão, morango e tomate.

Entre 2001 e 2004, o programa da Anvisa analisou 4.001 amostras de alimentos, coletadas em supermercados de 15 estados brasileiros, e encontrou resíduos de agrotóxicos em 2.032 amostras. Ao todo, foram identificadas 3.271 substâncias diferentes. De todos os resíduos encontrados, 71,5% estavam regulares, de acordo com a legislação vigente. Dos 931 resíduos irregulares, 83,4% eram de agrotóxicos não autorizados para a cultura analisada. O restante das irregularidades, 16,6%, era de resíduos encontrados em níveis acima do permitido pela legislação.
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Para o sanitarista, a principal missão do programa é expor os riscos ao consumidor. Ele lembra que as conseqüências de se consumir produtos com excesso de agrotóxicos não são imediatas. Por isso, gestantes e crianças formam o grupo de pessoas q
ue precisa de maior cuidado com esses produtos. "

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Não consegui entender como resolver esse pequeno problema.

Com
o "Guia Alimentar para a População Brasileira" promovemos uma alimentação mais saudável(?), aumentaremos o consumo de ortifrutigrangeiros, aumentando a ingestão de agrotóxicos, acelerando o processo de intoxicação, aumentando o número mortes por excesso de alimentação?

Por outro lado, se houver uma fiscalização maior sobre os produtores, os alimentos ficariam com menos agrotóxicos, mas a produtividade (leia-se lucro) desses produtores diminuiria, o que obviamente elevaria os preços desses produtos, aumentando ainda mais a distância das pessoas a produtos mais sudáveis, consequentemente aumentado o número de mortes por falta de alimentação.

Continuo achando que o problema ainda é a ganância. Não há nenhuma necessidade de se aumentar a produção de alimentos se esses alimentos não chegam na mesa de quem mais necessita (é so ver a quantidade de alimentos estragados que os CEASAs jogam fora todos os dias). A produção já é suficiente, bastaria melhorar a qualidade e distribuição.

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